Hospedaria Horta Barbosa
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- Nota: Se procura outras hospedarias de imigrantes, veja Hospedaria de imigrantes (desambiguação).
A Hospedaria Horta Barbosa existiu em Juiz de Fora, Minas Gerais, a partir de agosto de 1888, no bairro da Tapera, atual Santa Terezinha, e foi desativada na primeira década do século XX. No local, hoje, encontra-se o 2º Batalhão de Polícia Militar.
[editar]Histórico
Esta hospedaria, a maior e mais duradoura do Estado, funcionava como ponto de acolhida aos imigrantes que chegavam de diversos portos, principalmente do Rio de Janeiro, com destino a Minas Gerais. Os imigrantes que chegavam pelo porto do Rio de Janeiro, após meses de viagem, eram recebidos na Hospedaria de imigrantes da Ilha das Flores, ou outras em outros Estados, e depois remanejados a seus destinos pelos contratadores, apelidados de “gatos”.
Localizar a Hospedaria na região foi uma decisão estratégica: além de centro da mais importante área de cultura de café de Minas Gerais, Juiz de Fora era ponto de entrada no Estado, já que muito próxima do Rio de Janeiro, ao qual se ligava por rodovia (a estrada União e Indústria) e ferrovia.
A Hospedaria Horta Barbosa tinha a finalidade de abrigar os imigrantes pelo prazo máximo de cinco dias, mas sabe-se que este prazo muitas vezes se estendia, pois os estrangeiros não raro passavam lá mais tempo, aguardando que fossem escolhidos para o trabalho. Existem notícias que relatam a sujeira, promiscuidade, falta de medicamentos e higiene, que transformava as levas de pessoas em autêntico carregamento de gado. (www.arquivohistorico-mg.com.br)
Os fazendeiros, acostumados com o regime da escravidão, sem ter absorvido ainda a Lei Áurea – de abolição da escravatura, que para muitos trouxe prejuízos - passavam em revista os imigrantes que mais interessavam ao serviço da lavoura, da plantação do café e para os serviços domésticos, como se estivessem ainda escolhendo escravos, exigindo deles os mesmos requisitos das antigas compras de cativos.
[editar]Ligações externas
Nesta Hospedaria também havia livros de registros de entradas. Estes livros estão arquivados no Arquivo Público Mineiro em Belo Horizonte, disponíveis para consulta local, conforme dados abaixo.
Av. João Pinheiro, 372 – Funcionários Belo Horizonte, MG 30130-180 Telefax: (31) 3269-1060 / (31) 3269-1167
Horário de Funcionamento: De segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas. http://www.cultura.mg.gov.br
[editar]Bibliografia
Cinara Maria Bastos Jorge – Três Rios, RJ, Hospedaria Horta Barbosa http://www.cbg.org.br/arquivos_genealogicos_h_01.html
Hospedaria de imigrantes da Ilha das Flores
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- Nota: Se procura outras hospedarias de imigrantes, veja Hospedaria de imigrantes (desambiguação).
A Hospedaria de imigrantes da Ilha das Flores localizava-se na Ilha das Flores, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil.
Constituiu-se numa hospedaria de imigrantes instituída pela então "Inspetoria de Terras e Colonização" do Ministério da Agricultura em 10 de maio de 1883, segundo alguns documentos; sabe-se, porém, que o primeiro livro de Registro de Imigrantes é datado de 1877. Foi desativada em 1966, sendo ocupada pela Marinha do Brasil.
A ilha teve a função de hospedaria até 1966, tendo recebido imigrantes de dezenas de nacionalidades, destacando-se os portugueses, ositalianos, os espanhóis, os polacos e os alemães.
[editar]História
Os principais portos de entrada de estrangeiros no Brasil eram Rio de Janeiro, Santos (em São Paulo) e Salvador (na Bahia). Aqueles que chegavam pelo Rio de Janeiro, depois de registrados pela Agência Central de Imigração, eram encaminhados para a Hospedaria da Ilha das Flores.
Foi construída em uma ilha na Baía de Guanabara, em São Gonçalo, hoje município do Estado do Rio de Janeiro, onde, na época, havia um porto com grande movimento e também uma linha férrea que ligava São Gonçalo, Niterói, Magé e Itaboraí.
Sua criação e construção tinham o objetivo de manter os imigrantes concentrados, para que dali fossem remanejados para as fazendas, principalmente as de café na então Província do Rio de Janeiro, onde, desde a Lei Áurea – lei de libertação dos escravos, a necessidade da mão de obra era grande.
Ao desembarcar, os passageiros eram instalados nas diversas acomodações existentes, onde recebiam assistência médica, faziam suas refeições, tomavam banho, alojavam-se, e ali permaneciam por alguns dias, até que pudessem tomar o rumo do novo trabalho e da nova vida. Contratadores vinham à Hospedaria e forneciam meios para a locomoção das pessoas, muitas vezes família inteiras. Estes intermediadores eram chamados de “gatos”.
Mas muitos imigrantes vinham com a idéia de atuar no comércio ou em outras profissões das cidades grandes, e recusavam os contratos para trabalhar como simples lavradores nas fazendas. Assim, ao desembarcar, preferiam desertar da Hospedaria e instalar-se nas cidades próximas, como Rio de Janeiro, Niterói, por exemplo, porque eram lugares maiores e que atendiam às suas ambições de “fazer a América”, como sonhavam.
O primeiro livro de registros de entrada de imigrantes na Hospedaria da Ilha das Flores tem início apenas em 1877, e a série vai até 1913. Eram livros grandes, logicamente escritos à mão, e neles havia colunas para número de ordem, porto de embarque no país de origem ou de trânsito, nome, idade, sexo, parentesco dentro do grupo familiar, nacionalidade, profissão e destino.
Nem sempre, porém, todos os itens eram preenchidos, da mesma maneira que não se pode confiar integralmente nas informações contidas nessas listagens. Já encontramos uma família com pessoas de prenome Samir, Abdullah, Salime e Elias, todos anotados como alemães...
Com um movimento de desembarque intenso, navios que traziam, às vezes, mais de mil imigrantes cada, gente que tinha viajado por meses, muitos deles doentes, muitas crianças - o funcionário encarregado de tais anotações não primava por observações precisas. Certamente não imaginava que aqueles livros seriam, um dia, uma das maiores fontes de pesquisas de que o genealogista de hoje dispõe para encontrar seus antepassados e suas origens.
Também é preciso lembrar que os imigrantes não eram, em sua maioria, pessoas com grau de estudo elevado, muitos eram analfabetos, além também da grande diversidade de idiomas e de escrita, o que fazia com que nomes fossem anotados da maneira que se ouvia e o passageiro, sem conhecimento, não os corrigia. Assim, temos Masara/Masala, Saar/Sar, Saad/Sad, Lazarini/Lazarino, Zanom/Zenom, Erkhadt/Ercat, Kuhn/Cunha, Arbache/Arbex e centenas de outros.
[editar]Microfilme para Pesquisa
Os documentos da Hospedaria encontram-se microfilmados no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, onde podem ser consultados. Além disso, quem reside fora do Rio de Janeiro pode solicitar cópias de documentos pelo Atendimento à Distância, mas neste caso são necessários dados mais precisos que possibilitem sua localização: nome da embarcação, data de chegada etc.
Os requisitos necessários para o fornecimento de prontuários e passaportes podem ser obtidos ns página do Arquivo Nacional.http://www.arquivonacional.gov.br
Além desta, existe outra forma de pesquisa dos documentos da Hospedaria dos Imigrantes na Ilha das Flores. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – SUD, conhecida popularmente como Igreja Mórmon ou dos Mórmons, também microfilmou esses papéis. Assim, quem tem dificuldades de comparecer ao Arquivo Nacional, pode procurar um templo mórmon onde funcione uma “repartição” chamada Centro de História da Família – CHF, e pedir para consultar o microfilme que seja de seu interesse. Os CHFs são equipados com máquinas leitoras de microfilmes e a pesquisa cabe ao interessado, é ele quem deverá examinar o material e buscar o que deseja.
Para localizar o microfilme exato, dispensando uma das etapas no processo, deve-se:
visitar a página da SUD em http://www.familysearch.org; abrir Library / Family History Library Catalog; clicar em Place Search; escrever Rio de Janeiro, e clicar em search; a seguir, abrir Brazil, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro – Emigration e Immigration; Registro de Imigrantes 1808/1922. Estarão indicados os filmes dos registros de entrada dos imigrantes que, como foi dito no início deste texto, vão de 1877 a 1913. Escolha qual lhe interessa e peça o filme na Igreja.
Um enorme grau de paciência é necessário para se encontrar um imigrante chegado ao Brasil, pois eles foram centenas de milhares. Por outro lado, há também que se levar em conta que nem todos aqueles que entraram pelo porto do Rio de Janeiro passaram pela Hospedaria da Ilha das Flores. Um pequeno número ali desembarcou, mas por diversos motivos não se juntou às levas da Hospedaria.
[editar]Bibliografia
- ARAÚJO, Leila de Oliveira Lima e ALMEIDA, Leia de Oliveira - A Hospedaria de Imigrandes da Ilha das Flores: espaço de inclusão e exclusão social (relatório de pesquisa).
- GOMES, Angela de Castro (Org.). (2000): Histórias de Imigrantes e de Migração no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: 7 Letras.
- ____________(Org.). (1999): Histórias de Famílias: entre a Itália e o Brasil: depoimentos. Niterói, RJ: Muiraquitã.
- Cinara Maria Bastos Jorge – Três Rios, RJ, Hospedaria da Ilha das Flores - http://www.cbg.org.br/arquivos_genealogicos_h_02.html
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