A consciência de família e de tradição é a raiz da formação
do cidadão, seja pelo acordo de viver em
um grupo, como pelo sentimento de pertencer ao mesmo, sentimento este que é
fundamental para a auto estima do individuo. O conhecimento da origem da família,
sua ligação a uma tradição, a uma cultura, a uma religião, é parte fundamental
da estrutura de identidade do Eu e requisito fundamental também para a
autenticidade e maturidade da personalidade de cada um.
O entendimento desse papel fundamental é, no entanto,
dificultado pela tendência da maioria das pessoas a achar que somente a família
que se liga à nobreza merece estudo. Isto subverte a pesquisa; leva o
indivíduo a procurar primeiro o seu sobrenome entre as famílias nobres e
enlear-se num sonho de fidalguia sem conhecer primeiro sequer quem foi seu avô.
O estudo da origem da família deve ser despido de qualquer preconceito, idéia
pré-concebida, etc.. Deve ater-se aos documentos, e lembrar-se a pessoa de que
mesmo entre as famílias nobres existem vários ramos diferentes com o mesmo
sobrenome, e um sobrenome nobre pode aparecer em quem não é. Portanto, a
pesquisa genealógica deve partir da identidade dos pais, dos avós, bisavós, e
prosseguir em recuo até onde for possível chegar com base na documentação dos
arquivos.
O interessado em conhecer a história da sua família deve ir
primeiro às fontes mais próximas dele, que são os seus parentes mais velhos, e
levantar as tradições familiares, descobrir onde a família viveu por mais tempo
nos séculos passados, com que outras famílias se uniu, tudo que seus pais,
tios e avós possam informar.
A pesquisa genealógica é antes de tudo uma busca paciente de
documentação. Um dos mais importantes documentos para a genealogia é o registro
de casamento. Este registro foi responsabilidade exclusiva da Igreja, enquanto
a religião foi oficial, do Estado. No Brasil esta foi a situação até o século
XIX. Após a proclamação da República passou a existir também o registro civil.
Porém, mesmo o registro feito pela Igreja não é assim tão antigo, pois somente
após a realização do Concílio Tridentino, que terminou por volta de 1563, os
vigários ficaram obrigados a ter livros de registro em suas paróquias. Os
arquivos da Igreja Católica, os mais ricos do Brasil, em geral estão nas Cúrias
Diocesanas e Arquidiocesanas, ou nas próprias Ordens Religiosas. Em todas as
repartições e cartórios existe a seção de Arquivo. No entanto, com o passar dos
anos, os documentos são enviados, obedecidos alguns critérios, para os Arquivos
Municipais e Estaduais, e para o Arquivo Nacional. Existem também arquivos na
Marinha, no Exército, e em outras repartições que retêm por muito tempo os seus
acervos, antes de encaminhá-los ao Arquivo Nacional. Foi desta forma que encontramos o documento mais antigo até o momento, o da imigração do nosso trisavô Bernardino Gauzzi, com sua esposa e filhos, no Arquivo Público de Minas Gerais.
A tradição familiar não substitui os documentos, mas é
importante para orientar a pesquisa no sentido de qual tipo e onde buscar
documentos. Nomes de cidades, histórias de imigração ou emigração, fatos
históricos em que esteve envolvida a família, ficam como lendas deixadas pelas
gerações mais antigas para as gerações mais novas. Essas lendas podem revelar
pistas valiosas para a pesquisa.
Conto com a ajuda de todos os “gauzzi” para podermos contar
juntos um pouco de nossa história.
Abraços
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